Segundo o estudo Radar Vet 2025, realizado pela Comac/Sindan em parceria com a consultoria H2R, o profissional de varejo (balconista ou atendente de pet shop) já influi ativamente em 16% das decisões de compra de suplementos e em 19% na escolha de antiparasitários pelos tutores, ou seja, 1 em cada 5 compras desses itens parte de recomendações feitas no varejo, sem envolvimento direto do veterinário. Embora o veterinário ainda seja a principal referência nas orientações sobre vacinas, medicamentos e tratamentos mais técnicos (com 91% de adesão às suas recomendações), sua influência vem gradualmente se reduzindo, especialmente em produtos que não exigem prescrição.

O Radar Pet 2023, voltado ao mercado pet, já apontava um comportamento de maior autonomia entre os tutores por conta do acesso a informações online e troca de experiências entre consumidores, tornando-os menos dependentes da consulta veterinária para decisões básicas de compra.

A descentralização do trabalho veterinário: entre 2021 e 2024, a proporção de veterinários atuando como autônomos saltou de 25% para 72%, o que favoreceu a atuação de outros pontos de contato (como pet shops) na jornada de compra do tutor.

Em 2024, o setor pet faturou cerca de R$ 77 bilhões, um crescimento de cerca de 12% em relação a 2023, conforme dados da Abinpet e Sindpetshop‑SP.

Os serviços veterinários representaram aproximadamente 10–11% do total, com faturamento entre R$ 7,7 e R$ 7,8 bilhões — ficando atrás apenas do segmento de alimentos para pets (~54%) e das vendas de animais (~10%).

Um estudo da SBVC junto ao Instituto QualiBest (novembro de 2024) revelou que 91% dos consumidores pesquisam antes de comprar para seus pets. Desses:
- 32% usam sites de busca;
- 21% visitam os sites das próprias lojas pet;
- 16% buscam em lojas físicas, destacando a força crescente da jornada de compra omnichannel e do varejo online.

Produzir conteúdo técnico e confiável (blog, redes sociais, vídeos) para informar tutores e reforçar sua autoridade.

Colaborar com varejos aliados: oferecer treinamentos ou materiais técnicos que diferenciem o atendimento.

Priorizar tempo de escuta, explicações claras e atendimento humanizado.

Integrar ferramentas como IA para otimizar diagnósticos e gestão clínica, agregando valor ao atendimento.

Promover planos de saúde veterinária, programas de check-ups preventivos ou pacotes que unam serviços técnicos e orientação contínua.

A influência do veterinário nas decisões de compra dos tutores diminuiu em produtos de varejo, como suplementos e antiparasitários, mas mantém-se forte para vacinas e tratamentos técnicos. Em um contexto de crescimento do mercado pet, de maior autonomia dos tutores e de valorização do comércio varejista, os veterinários precisam investir em educação, inovação e relacionamento para continuar sendo referências nas escolhas dos consumidores.